Terror em Silent Hill
Dos videogames às telonas

Confesso que, quando fui assistir "Terror em Silent Hill" (Silent Hill, 2006), não fui muito esperançoso. Só o fato do filme ser baseado em um jogo eletrônico já é o bastante para me deixar com o pé atrás, visto que a maioria dos exemplos não são exatamente obras primas.
E a sinopse, para ajudar, não é lá muito animadora: a história gira em torno de Rose (Radha Mitchel), que se vê desesperada em busca de respostas para o estranho caso de sonambulismo de sua filha (Jodelle Ferland) e parte em uma viagem rumo à pequena cidade fantasma de Silent Hill - palavras que a menina sussurra durante os ataques sonâmbulos.
Eu já estava quase certo que "Terror em Silent Hill" era mais um filme genérico de terror. Foi quando tive uma bela surpresa.
O momento em que a trama se passa na tal cidade fantasma é quando você percebe o real potencial do filme. Os maravilhosos cenários, a moderna trilha sonora - quase toda retirada dos jogos - e a névoa característica da série compõe um clima de suspense e tensão incrivelmente assustador. As criaturas que perseguem Rose, apesar de que em alguns momentos elas não sejam exatamente realistas, são igualmente horripilantes... Acredite, assistir a esse filme sozinho e à noite não é uma boa ideia.
Talvez o maior problema de "Silent Hill", e de qualquer outra adaptação de sucesso, é ter que agradar o grande público ao mesmo tempo que satisfaz os fãs do série. E nisso, ele acaba se perdendo um pouco. Roteiro é um tanto complexo, confuso e, por vezes, até falho. Você não consegue, por mais motivos que são dados, colocar na cabeça por que diabos uma mulher, no intuito de responder perguntas que nem mesmo ela sabe quais são, levaria sua filha para uma cidade fantasma, recusando as tentativas do marido de internarem a garota num hospital psiquiátrico. No final, de fato, tudo é explicado, mas até lá, o que nos resta é apreciar a beleza do filme e assustar-nos repetidas vezes - não que isso seja tão ruim.
A estrutura e o ritmo como o filme se desenvolve também não é muito satisfatória - assim como no jogo, a personagem segue de um lugar a outro descobrindo pistas e procurando sua filha que desapareceu na cidade sinistra. Mas, nesse caso, isso importa realmente?
O longa é um presente para os fãs dos jogos, é impecável visualmente e tem uma trilha sonora de tirar o fôlego. Se isso não basta, ele cumpre sua principal função: é um filme de terror competente. Se as expectativas não eram das melhores, Terror em Silent Hill é, ao menos, uma grande e deliciosa surpresa.
Terror em Silent Hill (Silent Hill), 2006
Direção: Christophe Gans
Roteiro: Roger Avary
Gênero: Suspense / Terror
Origem: Estados Unidos/França/Japão
Duração: 127 minutos
Elenco: Radha Mitchell, Alice Krige, Sean Bean, Laurie Holden, Deborah Kara Unger, Kim Coates, Tanya Allen, Jodelle Ferland.
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